domingo, 9 de janeiro de 2011

O Poeta


Minha vida é uma farsa.

Ontem mesmo cantava o vento leve e a brisa leve das manhãs de primavera.

Mentia.

Eu nunca fui primavera.

Ontem mesmo cantava o amor e as coisas mornas da vida.

Mentia.

Nunca na vida hei amado.

Sou uma criatura de verão, nascido da tempestade.
Sou uma criatura de inverno, gelada.

Sou movido à água quente de suor e lágrima.
Sou movido à água fria, que sucede o porre.

Sou água e fogo, sou movimento.
Não me acredites quando for cinza, quando for poça.

Eu minto.

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