terça-feira, 19 de abril de 2011

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Desapontar-se é morrer um pouco em alguém. Mas se é a morte transformação – o famoso princípio de Lavoisier em ação – já nem sei se seria morte também.

Desapontar-se é silêncio. É emudecer em si sons fáceis – que acalmavam a alma – para acalmar o corpo. O corpo ensurdece primeiro, concreto que é. A alma sucumbe.

É a razão que domina o sonho e acorda. É mais ainda: é aquela odiada voz que sussurra “é um sonho” e encerra a magia, acordando ou não.

É o nada, mas não é estático. É um nada que se expande, de fora pra dentro. Passa pelos sentidos e devora o corpo, pra depois se alimentar da alma.

Deixar de apontar.  É o fim de um movimento da alma de projetar-se para fora do corpo, relembrada de sua prisão.

O desapontamento passa as pessoas.

Ele permanece.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Todos os sentidos (são você)

Sentia o cheiro amarelo dos teus cabelos com a minha boca.

O tão conhecido gosto do teu perfume
me embriagava os olhos
fazia minha pele chorar

Você
 [e a chuva daquela noite
me faziam feliz