segunda-feira, 6 de junho de 2011

Manifesto – a favor da espontaneidade


American Idol. X-Factor. America’s got talent. Glee.

O vencedor? Aquele que apresentar melhor técnica vocal, de acordo com padrões mais ou menos pré definidos: de preferência que consiga sustentar uma nota por quase um minuto, sem respirar, o que sempre arranca aplausos da platéia.

E que músicas devem cantar para vencer? As que permitam a melhor exploração da técnica, ou as que melhor se encaixem em um estilo pré definido (se a pessoa só se vestir como “rockeira”, por exemplo, deve escolher esse tipo de música para manter a sua imagem pré-fabricada).

Coreografias também funcionam. Nesse campo, quanto mais provocativa e apelativa, normalmente, melhor.


Sinto falta das pessoas que cantam com o coração ao invés de com a garganta. De pessoas que só usam o corpo como forma de expressão da música, ao invés daquelas que só usam músicas que as permitam explorar o corpo. De artistas que clamam por expressão ao invés de aceitação.

Cazuza. Beatles. Se nunca foram grandes cantores, muito menos grandes dançarinos, tinham de maior o coração. Cantavam o amor, com amor. Com simplicidade. Não precisavam de fantasias de carnaval (ou halloween) pra aparecerem mais. A música falava por si mesmo. Não precisavam de coreografias “sensuais”. O amor verdadeiro fala por si só.

Celebridades meteóricas. Músicas com prazo de validade. Coreografias padronizadas. Repetição. Substituição. Marketing.

Temas decepcionantes. A vida não é complicada. Não é feita de grandes decepções, nem deveria ser voltada ao sucesso ou dinheiro. Amor não é posse. Amor não se grita de cima dos telhados.  Amor se fala baixinho, devagarinho, que a vida e o amor são breves...

 Love is all you need, pro dia nascer feliz.

2 comentários:

  1. Pois é. Não recuso um bom pop estilo britney spears, mas pra degustar, apreciar, me apaixonar, só mesmo alguma descendente de Ella Fitzgerald, Etta James e por aí vai.

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  2. Este tipo de gente que citou no texto (muito bom, por sinal) esquece que música é uma das formas de expressão da alma.

    Quando puder, acesse este texto que escrevi,pois penso ter a ver com o seu texto: http://palavrasproferidas.blogspot.com/2011/02/abaixo-dos-proprios-vazios.html

    Um bom final de semana.

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